quarta-feira, março 09, 2005

Catástrofe nos Balcãs

Foi com grande espanto e excitação que acordou hoje a pacata aldeia de Pogradec, na Albânia, ao deparar-se com o seu cemitério, centro de toda a actividade recreativa e cultural da pequena comunidade, totalmente revolvido e vandalizado.
Posta de parte a hipótesse de terem sido os cães, cedo se percebeu que a desarrumação e baralhação dos lugares se devia a um factor que ia para lá de qualquer tentativa de controlo humano: a chuva.
Ao ser entrevistado quanto ao sucedido, o Omnipresente mostrou-se indignado: "Bem! Vamos lá a ver uma coisa! Lá porque num momento de self-amusement possa ter transbordado de alegria, não quer dizer que agora tudo o que meta água seja culpa minha, não? O incidente na Indonésia são águas passadas meu amigos...não vamos estar a chorar sobre o leite derramado, pois não?...Bom!"
Custosa será, porém, a limpeza do dito cemitério e a reposição dos ocupantes aos respectivos lugares. Para além do facto de alguns dos residentes do segundo anel, afirmarem agora convictamente que sempre tiveram o seu camarote, instalou-se também elevada polémica na hora da recolha e distribuição de ossos. Uma senhora que dava pelo nome de "Dona Marja" chegou-se mesmo a exaltar, a dada altura, com uma sua vizinha: "Olhe, desculpe, mas este fémur é do meu mai novo!" - ao que a outra senhora respondeu - "Não, não. Se a dona Marja quiser olhar mais cuidadosamente consegue ver aqui este sinal de nascença no osso, que eu muito bem me lembro de ver no meu Boris! Agora, eu posso -lhe é dar outra coisa. Olhe! por acaso até tenho aqui um maxilar que encontrei. Se o quiser, fica então já pago o dinheiro que lhe devia da roupa a ferro, está bem?"
Como resposta a todas estas polémicas, o demissionário Primeiro-Ministro do Kosovo, o albanês Ramush Haradinaj, candidatou-se, logo após a sua resignação, ao lugar vago de cangalheiro do cemitério de Pogradec. Na realidade, tem tudo para dar certo. A sua experiência em enterrar sérvios será um forte trunfo na corrida pelo lugar. BF