sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Apoio Português

Ando a ouvir (espero ser verdade para o bem da minha sanidade) nos últimos tempos um tipo de discurso de marinheiro-aventureiro da boca dos nossos concorrentes a governantes, pautado por expressões como "espero que a onda cresça" (J. Sócrates), "é preciso uma maré alta" (Jaime Gama) ou a célebre "contra ventos e marés" (Santana Lopes).
Entre outras questões, como se me esqueci de desligar a torneira da água do autoclismo, surge-me a dúvida se será tudo isto um novo tipo de apoio, criado para suprir a carência de estabilidade psico-emocional do rapaz indonésio que orgulhosamente envergou as quinas e os castelos lusitanos enquanto se debatia para apanhar os sempre fugidios corvos a que chamava almoço. Fiquei a matutar nisso ainda uns bons 15 segundos e percebi, no final da reflexão, que talvez seja uma nova técnica de terapia-choque, talvez já um dos avanços pioneiros resultantes do "choque tecnológico". Parece-me bem. Aliás este tratamento até poderia ser já utilizado para preparar o nosso povo para uma eventual catástrofe, não fosse estarmos totalmente livres de riscos sérios de maremotos e de junções de placas tectónicas debaixo dos nossos pés.
Mesmo assim, é esta visão da nossa classe dirigente que me deixa descansado. BF