terça-feira, outubro 18, 2005

Olhó candidaaato!

Noto com prazer o quão interessante esta corrida às presidenciais pode ser, enquanto, em passo acelerado, percorro Lisboa. Numa estratégia semelhante, mas bem sucedida, à de Cavaco Silva, muitas figuras proeminentes sairam nestes últimos dias da sombra para se assumirem como candidatos a candidato à Presidência da República, para meu alegre contentamento.

Por exemplo, aquele senhor que aparecia na televisão a propósito daquele caso da pedofilia mas cujo nome não me recordo agora...chatice! De qualquer das maneiras, esse senhor pedia-me hoje apoio para ser candidato a Belém. Deu-me um panfleto e tudo. Gostei muito. Gostei de ler que ele é "um homem igual a todos nós", que trabalhou no "amanho da terra" em miúdo e que aos dezoito anos tinha a sexta classe. Gostei também de notar que ele é um homem com ideias e ambições para Portugal, ou não me prometesse ele que "contribuirá para que Portugal preserve a sua independência, cresça e onde os portugueses vivam felizes". No fundo, que mais podemos pedir nós de um Presidente da República?

Esta tentativa de candidatura resulta de dois factores muito importantes:
1. A moda de concorrer como independente, seguindo a lógica do "Longe dos partidos, perto do povo", expressa mais uma vez numa candidatura, após a sua popularização nas autárquicas.
2. A ousadia que a candidatura de Manuel João Vieira, nas últimas presidenciais, veio dar a estes novos wanna-be-qualquer-coisa-de-importante-ou-não-apareci-já-eu-na-televisão.
O facto de o senhor achar que é "o maior" também deve ter tido algum peso.

Outros vieram mais tarde tentar convencer-me e pedir a minha ajuda para serem presidentes. Não lhes liguei. Disse-lhes que tinha um panfleto de um senhor da Casa Pia (é isso!) e que ele não estava corrompido pelos partidos. Que era um homem do povo e que só ele sabia desta nossa vida difícil, "incompreendida por vocês, seus abutres". E afastei-me. BF