domingo, novembro 06, 2005

Adenda

Acordei sobressaltado. O meu dedo mindinho... Liguei a luz.
Percebi o porquê de tocar guitarra quando a minha mãe, espreitando pela porta encostada, confessou num sorriso, "que música tão bonita". Percebi o porquê de me apaixonar por alguém quando, num doce e estranho minuto, alguém se apaixonou por mim. Percebi que não estou assim tão estranho, não assim tão louco, quando soube que não era o único a chorar no último episódio do Sexo e a Cidade. Percebi o porquê de gostar assim tanto de sushi quando vi o meu melhor amigo sorrindo, feliz como poucos, no seu dia de anos.
O bom dedo mindinho não é nem o imaculado nem o que tem medo de se cortar. O bom dedo mindinho cortou-se e curou-se, sangrou e estancou, fez da ferida cicatriz. Percebi que tinha razão, que não era o parvo que me achava.
Por isto, por tudo isto, percebi. Não deixou cicatriz. JB