quinta-feira, outubro 27, 2005

Santa Candura (IV)

“A custo consegui desembaraçar-me da multidão de cadáveres sangrentos amontoados e arrastei-me para debaixo de uma enorme laranjeira, na margem de um rio próximo. Aí caí, de terror, de cansaço, de horror, de desespero, de fome. Estava assim nesse estado de fraqueza e insensibilidade, entre a vida e a morte, quando me senti comprimida por qualquer coisa que se movia sobre o meu corpo. Abri os olhos e vi um homem branco, de boa cara, que suspirava e murmurava entre dentes: Que infelicidade não ter colhões!”

"Cândido"
BF