segunda-feira, junho 27, 2005

Náufragas (dia 3)


Ontem o dia acabou da pior forma. Quando a Carmen tinha finalmente forças para andar, dividimos-nos em dois grupos e decidimos ir procurar alguém. A Natalia, a Carmen, a Marija e eu fomos para um lado da praia. A Hana, a Euguenia, a Valentina, a Natasha e a Inguna foram para o outro. Estava combinado voltarmos para trás assim que encontrássemos alguém ou quando começasse a escurecer. O sol ainda não se tinha posto quando nos encontrámos, do outro lado da ilha.
Hoje a moral das raparigas piorou. A Euguenia ofereceu-se para ficar com a Carmen, que tinha piorado desde ontem, por causa da caminhada, e estava agora com febre. Sentada na areia, eu observava a Natalia, que olhava para o mar com saudades de casa. Temos de fazer alguma coisa rápido...
- Hana! Anda cá.
Levantou-se, surpresa, e veio ter comigo.
- Diz, Karolina.
- Não foste tu que andaste nos escuteiros?
- Sim.
- Sabes atear um fogo?
- Porquê?
- Não queres ficar para sempre nesta ilha deserta, ou queres? E já começa a escurecer. Temos de nos aquecer de noite.
- Mas eu nunca ateei um fogo. Tenho só uma ideia de como se faz.
- Serve. Tentamos.
De noite, à volta da fogueira, bebemos o leite dos côcos que a Natasha e a a Marija tinham ido procurar e dividimos o caranguejo que a Natalia tinha apanhado. Contámos histórias estúpidas umas às outras e cantámos, desafinadas, antes de adormecermos abraçadas, cobertas por folhas de palmeira.

JB