sexta-feira, março 30, 2007

Causa-efeito (a Grande Lição)

Quando o meu pai me disse, na sua ancestral sabedoria, que às vezes as coisas não correm como queremos porque há pessoas más no mundo, eu achei-o ingénuo. Era feliz na convicção de que tudo acontecia como devia acontecer e que o mundo se regia pela regra inabalável da causa-efeito. Hoje percebi que o ingénuo era eu - e que não há verdade mais triste do que a que o meu pai me ensinou.

Há pessoas más. JB

41 Comments:

Blogger Navalha said...

posso, hoje, fazer das tuas as minhas palavras.

e obrigado por hoje, Amigo.

31 março, 2007 01:03
Blogger W said...

A versão que me contavam era mais abstracta - que o mundo/vida (o nome ia variando) é injusto/a.

Mas é isso. Que nunca sejamos nós as pessoas más...

31 março, 2007 16:08
Blogger Diogo Vaz Pinto said...

quando se faz uma coisa mal feita é natural que dessa coisa decorram outras coisas mal feitas. o mundo fica assim com um jogo de espelhos e por isso se te interessa ver sorrisos, sorri... se fizeres asneiras e caretas já sabes o que vais ver

01 abril, 2007 16:17
Blogger Navalha said...

permite-me discordar, diogo: ninguém fez asneiras e caretas. devolveram-nos foi essas asneiras e caretas aos sorrisos que espalhámos.

01 abril, 2007 17:46
Anonymous Anónimo said...

discordo; vcs escreveram coisas mt graves. parece q a revista é o vosso clube restrito, onde só entra qm é amigo. é natural q tenha havido resposta. n gostaram? paciência! qm age em público sujeita-se à crítica pública.

Continuem o bom trabalho no PN. Abraços!

01 abril, 2007 17:53
Anonymous Anónimo said...

Apontador,

Não é verdade. Entrou quem quis na Iuris Grafia, indo às reuniões de definição de conteúdos ou mandando textos para o e-mail. A redacção é aberta: tenho lá dois grandes amigos meus em quem tenho total confiança, três pessoas que conheci já dentro da própria revista (que entraram na redacção antes de mim ou ao mesmo tempo que eu) e os restantes eram meus ilustres desconhecidos até esta edição. Como vês, estás errado.

É pena que foquem apenas os nossos textos quando há (muitos e muito bons) textos de outras pessoas, redactores ou colaboradores, de dentro e de fora da Faculdade, de vários estilos diferentes, sobre váriadíssimos temas.

Diogo,

É pena que aches a última edição uma coisa mal feita. Sou suspeito, é claro, mas tenho de discordar. Na qualidade dos textos, na abrangência de temas, na organização e no aspecto gráfico, esta edição superou as outras. No entanto, dou-te razão em duas coisas que correram mal:

1) Por erro da gráfica, praticamente todos os textos apareceram sem hífenes.
2) Por erro da designer, o texto sobre adopção das páginas 6 e 7 saiu cortado, sem a parte final.

Obviamente, apesar de terem sido gralhas alheias à direcção ou à redacção, são falhas que eu, enquanto director, tenho de assumir por completo.
O que não posso assumir nem aceitar é a perfeita propaganda de descredibilização da revista que a Tertúlia encetou. Não é honesto acusar de homofóbico um texto a favor da adopção por casais homossexuais. É, aliás, estupidez fazê-lo: Além da tentativa de manipulação da opinião das pessoas (com aqueles sublinhados a marcador amarelo), a verdade é que o texto integral está lá exposto no arauto, à vista de toda a gente. A Tertúlia está a expor a sua própria debilidade na interpretação de textos (e, no fundo, a sua desonestidade e facilidade em criticar - só porque sim).

01 abril, 2007 19:00
Anonymous Anónimo said...

A verdade que custa é esta: O texto do João David Fernandes não é um texto homofóbico (se o fosse, não teria lugar na revista, pela mesma razão que um texto racista ou xenófobo não teriam). O texto "Adoptado por homossexuais? Preferia ser larilas!" é uma sátira à homofobia - uma ridicularização das posições intolerantes e um alerta para a ignorância que essas posições representam. E foi por isso, no entender da direcção, que o texto teve lugar na revista.

Eu ajudo-vos. Eis alguns excertos:

"se eu, enquanto miúdo, me tornasse órfão e não tivesse família alguma para cuidar de mim, preferia mil vezes, todos os dias da minha vida, passar a infância num orfanato com uma data de miúdos rijos como eu e sem o conforto que uma casa e uma família me poderiam proporcionar, do que viver com dois homens que gostassem de mim como um filho e me tratassem como tal – como seu filho."

"Os meus pais, praticarem sexo anal? Isso nunca aconteceria se tivesse pais normais, porque os pais normais não precisam dessas coisas (dei essa matéria nas minhas aulas de educação sexual no básico, portanto sei do que falo, e até o padre da minha paróquia, que me dá sempre rebuçados quando ninguém está a ver, diz que aquilo é contra-natura)."

"Depois, o inevitável: traumas de infância, problemas na adolescência (porque na adolescência nunca acontece aos outros miúdos ter uma data de problemas e ninguém os compreender), drogas, mais drogas, salas de chuto, dentes a cair, arrumar carros, roubar idosos, overdoses, adeus vida. É isto que acontece, eu bem o sei."

"Às vezes, no Natal, vou a uns orfanatos dar prendas aos miúdos mais necessitados, e é sempre uma alegria ver esses petizes ao cuidado das educadoras e pensar “graças a Deus que nenhum casal podre de gay os apanhou ainda para lhes dar uma educação e uma vida familiar como deve ser”. Porque, lá está, são dois homens, e dois homens, só porque são dois homens e gostam um do outro, não podem fazê-lo: está escrito na Bíblia, algures, e no Alcorão, aí a páginas tantas – e se está lá escrito é porque é verdade (eu nestas coisas prefiro acreditar em pessoas que escreveram dois mil anos antes de eu ter nascido do que acreditar no meu próprio bom-senso)."

"Estado de Direito esse que assenta nos princípios basilares que regem as sociedades modernas: princípios de Justiça, de Igualdade, de Solidariedade e de Homofobia Saudável."

"mais vale um heterossexual sem família que cuide dele e sem oportunidades na vida, do que um potencial homossexual, a andar por aí, todo feliz, todo com um lar, todo com uma família, com dois rabilós que o tratem como seu filho."

Enfim... é curioso que a Tertúlia esteja a fazer o que está a fazer, precisamente quando a Iuris Grafia publica um artigo a questionar a essência da Tertúlia. É curioso e é triste. Continuam a ser Os Intocáveis.

01 abril, 2007 19:21
Anonymous Anónimo said...

Tlvz sejam intocáveis, mas vi aquela coisa preta q eles põem no meio do corredor e n me lembro de terem acusado qm quer q seja de homofobia. Acho q só disseram q aquilo era lixo. Mas achas que há má fé por parte deles?

01 abril, 2007 20:00
Anonymous Anónimo said...

Uma tentativa de branqueamento por qm quer q seja é grave! Referes-te a alguém em particular?

01 abril, 2007 20:07
Blogger Diogo Vaz Pinto said...

é claro e evidente que pelo exagero o texto é completamente irónico. o problema é que também é de muito mau gosto. acredita, o texto chega mesmo ao ponto de se tornar rídiculo. eu percebo qual era a vossa intenção e acho que os tertulianos também percebem mas aquilo que tu e o jdf têm que perceber é que falharam, o texto é mau e não produz a reacção que vocês esperavam.

eu não consigo encontrar naquela revista as más intenções que algumas pessoas conseguem encontrar, acho até que todo o vosso esforço é bem intencionado, ainda assim no final temos ali uma revista que não resulta por uma série de razões que eu apontei superficialmente no artigo que leste no meu blogue.

mesmo assim quero que percebas que estou interessado e que quero coloborar. não estou portanto a criticar de ânimo leve, espero realmente contribuir de alguma forma.

01 abril, 2007 21:12
Blogger Diogo Vaz Pinto said...

Um dia espero que ultrapasses o que te disse o teu pai e percebas que na verdade não há pessoas más, o que há é mais do que um lado e tu agora estás no lado débil de quem tem que se defender mas provavelmente também já colocaste algumas pessoas desse lado. aguenta que a maré muda mas ao menos aprende alguma coisa com isto tudo.

01 abril, 2007 21:17
Anonymous Anónimo said...

Acho que deviam ter posto no fim entre parentesis ou mesmo a bold a frase - Este texto é ironico.

sinceramente, se querem lutar por uma boa causa, façam-no da maneira certa.

Ah ja agora. Tambem existem apreciadores da imparcialidade nos textos. Afinal de contas sao textos informativos....right?

02 abril, 2007 05:40
Blogger Diogo Vaz Pinto said...

Este comentário foi removido pelo autor.

02 abril, 2007 12:58
Anonymous Anónimo said...

Não vou tecer comentários acerca da qualidade literária do texto. Contudo concordo com o Diogo Pinto: trata-se de um texto sarcástico. Parece-me evidente que o autor não é homofóbico e que, no texto, retrata o arquétipo - o dos homofóbicos -, ridicularizando-o.
No entanto, cabe-me dizer uma ou duas coisas. Existem dois grupos de pessoas que não saem muito bem na fotografia: o das pessoas que tentam tirar proveito politico da publicação do texto, o mesmo grupo que usa a revista para atacar a direcção da Iuris e, consequentemente, a direcção da AAFDL. Outro grupo, talvez o que tem a prestação mais ridicula, é a Tertúlia. A tertulia, claramente, sentiu-se diminuida pela publicação de um texto sobre a mesma, mas como o grupo em questão se está a borrifar para a opinião pública sobre a mesma, reage a um outro texto. Não é inocente: as pessoas da tertúlia sabem bem que não é um texto homofóbico e no entanto, através de passagens sublinhadas e comentários muito inteligentes tentam, apesar de atestarem a ironia do texto, passar uma imagem muito grave do autor do texto e da direcção da revista, independentemente do texto ser ou não de mau gosto. É fruto de ressabiamento.

02 abril, 2007 14:45
Anonymous Anónimo said...

deus,

muitos dos textos da revista não pretendem ser informativos e, consequentemente, imparciais. Daí que no canto inferior esquerdo do texto se faça referência ao texto como um artigo de opinião.

Quanto à sugestão, parece-me uma coisa um bocado paternalista. Até seria ofensivo para os leitores ter de explicar tudo. Temo-los em boa conta demais para isso.

Não acredito que alguém tenha pensado que o texto era homofóbico. Houve, isso sim, "aproveitamentos" por algumas pessoas. Parafraseando o Major, só estando de muito má fé se pode extrair homofobia daquele texto.

BF

02 abril, 2007 15:51
Blogger Navalha said...

luciano abreu: obrigado por peceber que a voz da razão também se consegue ouvir fora do corpo da revista.

João David Fernandes

02 abril, 2007 17:11
Anonymous Anónimo said...

joão david fernandes e joão berhan, o texto não me parece homofóbico. no entanto, também não me parece uma sátira feliz. quando se escreve deve ter-se a consciência de para quem se escreve. a verdade é esta: o texto não é homofóbico; é uma sátira; porém, a sátira não foi bem conseguida, porque se o tivesse sido, então, não haveria zumzum em torno dela. e há que reconhecer isso! quanto à outra questão, tenho de concordar com a tertúlia: o estilo da revista é o mesmo que há no vosso blog. e, parece-me, que o é em demasia. o vosso sentido de humor pode agradar a alguns, é certo. mas não a todos. creio que havia textos sobre matérias que deviam ser tratadas de modo sério, sem recurso ao vosso humor (por exemplo, o texto com o teixeira de sousa). já o texto sobre a tertúlia peca por haver humor/disparates a mais. em primeiro lugar, estou na faculdade há 8 anos e nada sei sobre a tertúlia e, diga-se, sou próximo de alguns tertulianos que já acabaram o curso. havia considerações de carácter pessoal que se dispensavam (por exemplo, a "aristocracia dos amiguinhos" - de onde é que o autor retira esta ideia? se tem alguma fonte, tem a obrigação de a indicar. se não a tem, tem a obrigação de não se pôr a lançar suspeitas ou outras considerações pessoais que não terão fundamento). Não creio que haja um aproveitamento por parte da tertúlia. quando querem dizer alguma coisa, dizem-no na cara - eles estão-se a cagar para o que pensam deles. posso dizer que não vi no comunicado da tertúlia qualquer menção ao texto sobre a tertúlia. e posso dizer que o texto do joão david fernandes foi considerado ofensivo mesmo junto do corpo docente. o meu assistente de direito constitucional 2, dr. pedro lomba, disse que aquele texto era um nojo e que quem o escreveu deveria ter noção das idiotices que disse. portanto, não foi só a tertúlia que o achou.

excedi-me, senhores, mas é uma opinião sincera. continuem o bom trabalho neste blog. abraços ao berhan.

António Peres

02 abril, 2007 18:14
Anonymous Anónimo said...

António,

Quanto à informação que recolhi acerca da Tertúlia, pode ter a certeza, é fidedigna - e eu disse-o no texto -, foram os próprios tertulianos com quem tive o prazer de falar que mo disseram, abertamente: na tertúlia funciona o governo dos bons, a aristocraca. "A Tertúlia é uma aristocracia, Berhan", insistiam várias vezes, "entra quem Nós quisermos, fazemos o que Nós, no Rostrum, decidirmos". Creio, aliás, que tal facto é de conhecimento público. O que eu fiz no texto foi tentar retirar ilações e conclusões desse facto.

Quanto ao teor da revista ser similar ao deste blog, discordo totalmente. O teor do Editorial (do Bernardino) e dos textos "blackbirds" e "O rei vai nu!" (meus) é parecido com o deste blog. Todos os outros textos têm o cunho pessoal de quem os escreveu (14 restantes redactores e colaboradores). Parece-me desonesto, António, dizer o que disse, que é o mesmo que insinuar que só são publicados textos que se assemelhem aos nossos no estilo de escrita, ou que os redactores sofreram todos uma lavagem cerebral na primeira reunião da revista, ou coisa que o valha.
Quanto à entrevista ao Prof. Teixeira de Sousa, se a leu na íntegra repara que ela está séria. A introdução à entrevista mais não é do que uma referência irónica ao facto de em todas as edições da Iuris Grafia se tocar no tema "Bolonha" e de ser essa, precisamente, uma coisa que os nossos leitores NÃO nos pedem. Não obstante, abordámos o tema mais uma vez, e continuaremos a fazê-lo, ainda que a informação venha sempre a conta-gotas.

Nesta polémica toda, confesso, é disto que tenho tido mais pena: ninguém fala dos (muitos e muito bons) restantes 21 textos que compõem esta edição.

Quanto ao comunicado da Tertúlia, é verdade, António, ele dirige-se à direcção da Iuris Grafia e responde ao texto "Blackbirds" sobre a Tertúlia, quando usa frases desse mesmo texto como "masturbação (pouco) intelectual" ou "não vos consideramos insignificantes, mas sim ridículos". É uma resposta, claro, ao texto do JDF, considerado ofensivo por eles e por muitos. Mas é também uma resposta oportunista, uma necessidade de defesa contra alguém que decidiu pensar um bocadinho sobre aquele grupo secreto, não lhes descobriu grande substrato (apesar de admirar e ser amigo de vários tertulianos), publicou um texto e deu a cara e o nome por isso. O resultado está à vista.

Obrigado pela opinião sincera. Aqui tens a resposta igualmente sincera. Obrigado pela força para o blog. Retribuo o abraço,

Berhan

02 abril, 2007 19:24
Anonymous Anónimo said...

joão berhan, "O que eu fiz no texto foi tentar retirar ilações e conclusões desse facto." esta afirmação é perigosa! são conclusões/ilações que só quem faz parte poderá retirar. qual a base para a fazer? como se afirma isto? como se chega à aristocracia dos amiguinhos. sobre esse texto sobre a tertúlia penso que não se deveria ter emitido juízos de valor ou opiniões pessoais por uma simples razão: nada, ou antes, pouco se sabe sobre a tertúlia, por isso, melhor se teria feito se o texto fosse meramente descritivo. não creio que "masturbação (pouco) intelectual" se referisse ao texto sobre a tertúlia, mas antes aos resquícios do humor próprio do pontos negros que se encontram, aqui e ali, pela revista. a frase "não vos consideramos insignificantes, mas sim ridículos", parece-me, é uma referência indirecta ao texto sobre a tertúlia. na verdade, trata-se da única resposta que a tertúlia dá a esse texto. afinal, se bem me recordo, no texto podia ler-se algo como "sei que me acham insignificante" ou "a minha opinião é insignificante". limitaram-se a responder e acho que, aí, não se excederam. é uma resposta legítima. penso que concordarás. quanto à entrevista ao teixeira de sousa, acho que aquela introdução - bem ao jeito do pontos negros - era absolutamente desnecessária. nem tudo tem que ter humor! acho que é também por aí que aquela frase da tertúlia "masturbação (pouco) intelectual" cai bem. aquele vosso exercício de humor era desnecessário. penso que, aqui e ali, pecaram pelo excesso.

quanto ao texto do joão david fernandes, achei-o uma sátira. mas é algo que não salta, de imediato, à vista! penso que aquele texto poderia ter saído, assim. mas esta complicação toda poderia ter sido evitada se fizessem alguma referência ao carácter satírico do texto e, aí, berhan, enquanto director da iuris acho que te faltou bom senso. tens que saber jogar com todos os tipos de público! não o soubeste, em minha opinião, e por isso surgiram estes problemas.

quanto à acção da tertúlia, parece-me que eles não acusaram o texto de ser homofóbico, nem sequer acusaram o autor de o ser. a ideia que retirei do comunicado é outra: eles acharam o texto uma imbecilidade pegada; aquelas frases que sublinharam eram "profanity" (passe-se, o anglicismo) e absolutamente desnecessárias. aliás, creio que os tertulianos acharam que todo o texto era desnecessário, na linguagem e conteúdo. é uma opinião válida, a meu ver. além disso, parece-me que a tertúlia criticou a iuris no sentido de alguns dos textos, incluindo o do joão david e o do francisco pena (sejamos rigorosos), serem maus, desnecessários e isto representar uma má gestão da revista sob o ponto de vista dos conteúdos. se bem me lembro, ainda este ano num berro houve uma crítica à iuris nesse sentido: "no geral, os textos são uma merda; a revista é um sorvedouro injustificado de dinheiro". é isto que retiro da acção da tertúlia.

abraços e continuação do bom trabalho,

António Peres

02 abril, 2007 20:03
Anonymous Anónimo said...

Enfim, a revista falhou em coisas importantes

1) houve gralhas monumentais na impressão e no design, alheias a nós, mas que assumimos na totalidade.
2) houve (muita) ingenuidade na elaboração e na publicação de um texto e na previsão dos efeitos que ela teria, que assumimos igualmente.

Mas não é correcta a bestialização da revista e a descredibilização da direcção, principalmente agora que a Iuris Grafia corrigiu os seus principais defeitos de edições anteriores.
Esta foi, comparativamente, a melhor edição da Iuris Grafia. Mas teremos todo o gosto em voltar aos moldes anteriores, quando o diário da Semana do Caloiro ocupava 4 páginas com fotografias de dirigentes associativos já rosadinhos e de imperial na mão, quando o Presidente da AAFDL tinha direito a outras tantas páginas numa entrevista em que não dizia absolutamente nada, quando uma fotografia de uma stripper de pernas abertas ocupava uma página inteira só para explicar que o redactor tinha estado no festival erótico de Lisboa (e nenhuma voz se insurgia contra a indecência ou ordinarice ou falta de decência como agora), ou quando, enfim, malta da Associação, por ser da Associação, fazia textos de dois parágrafos sobre o quão fixe tinha sido aquela actividade académica de há dois meses atrás. E havia 40, 50 páginas para satisfazer toda a gente.

Nós fomos ingénuos e falhámos em algumas coisas. Essas coisas, infelizmente, chegaram para nos porem na lama. Mas pela qualidade dos redactores e colaboradores, escolha criteriosa de temas e diversidade de estilos - ou, simplesmente, porque esta foi uma das poucas edições da Iuris Grafia que tentou interessar os alunos e escrever PARA eles - a revista venceu.

02 abril, 2007 20:28
Anonymous Anónimo said...

Berhan: esqueces-te d outra coisa. O grafismo melhorou, mas entregaram-no a 1 empresa d marketing.

02 abril, 2007 20:33
Anonymous Anónimo said...

António, também quanto à parte da masturbação (pouco) intelectaul se referiam ao texto sobre eles. No texto cito um anónimo que se refere à tertúlia como um grupo "mais inclinado para a masturbação intelectual do que para a comunicação com a faculdade".

02 abril, 2007 20:33
Anonymous Anónimo said...

apontador,

não percebi a relevância do comentário. Estou a dizê-lo sinceramente, não te estou a picar. Exacto, precisamente, o grafismo melhorou porque foi entregue a um profissional, ideia pela qual alguns de nós batalhavam. Não percebo qual é o mérito-extra de deixar um amador fazê-lo.

02 abril, 2007 20:37
Anonymous Anónimo said...

ok. não li essa parte no texto. vou relê-la e, quando o tiver feito, passo por cá.

02 abril, 2007 20:45
Anonymous Anónimo said...

reli-a agora e dou-te razão. é possível que tenha sido, também, dirigida à direcção da iuris enquanto resposta à crítica feita pelo anónimo no texto sobre a tertúlia.

quanto ao resto mantenho inteiramente o que disse. o resto do comunicado não me parece destinado a humilhar o joão david fernandes (e já agora o francisco pena, que também é visado). não vejo que motivos teria a tertúlia para fazer isso. a menos que saibas de algo que eu não sei. terá ele feito alguma coisa à tertúlia? terá ele atacado algum tertuliano? não sei! se o sabes, peço-te, revela-o, porque o que se quer é esclarecer esta situação lastimável.

abraço.

António Peres

02 abril, 2007 20:51
Anonymous Anónimo said...

JB,

"2) houve (muita) ingenuidade na elaboração e na publicação de um texto e na previsão dos efeitos que ela teria, que assumimos igualmente."

isto significa....voces! é mais facil quando se é objectivo.

Quanto ao tipo de humor que utilizam, gostar dele é uma coisa subjectiva. Por isso nao o usem de uma maneira excessiva. Ate parece que o utilizam para poderem atenuar as coisas que dizem... Emergency Plan B! *cof*

Nao acho engraçado dizer coisas sobre as pessoas nas costas, deviam mencionar nomes ao menos, como dizem, dar alguma veracidade aos factos nao?

cumprimentos,
o menino jesus

02 abril, 2007 21:05
Anonymous Anónimo said...

Deus/JC, para omnipotente estás com comentários pouco perspicazes.

Não percebo o que queres dizer com "dizer coisas sobre as pessoas nas costas". Quem disse aquilo e quem acha aquilo e quem o assume é o próprio autor do texto, eu.

não percebo o teu "isto significa....voces! é mais facil quando se é objectivo." Precisamente, se eu acabei de dizer que assumimos a ingenuidade por não prevermos os resulatdos que a publicação do texto teria, é porque "isto significa....nós!"

António,

Não, a Tertúlia não tem nada contra o JDF, este não foi um ataque pessoal (que eu saiba!). Foi um ataque à revista, claro.

02 abril, 2007 21:32
Anonymous Anónimo said...

berhan, agradeço o esclarecimento. isso descansa-me quanto à tertúlia! porém, continuo a achar que isto não foi uma manobra de diversão.

grande abraço,

António Peres

02 abril, 2007 21:46
Blogger Pedro Malaquias said...

Ao contrário do que dizem, aquela não é, para mim, a melhor edição da Iuris (quer em conteúdo, quer, principalmente, no aspecto gráfico... há demasiadas gralhas).

Contudo, atacar aquele texto como parece ter sido atacado é ridículo... Quanto muito, pode dizer-se que não tem qualquer piada, que se está a brincar com um assunto delicado (discordo, mas aceito que se diga tal coisa). Aquele texto é homofóbico? Será que anda tudo parvo???

A entrevista do Teixeira tem um problema, mas é uma frase do Prof. com a qual qualquer pessoa de bom senso sorri... Quanto ao brincar com coisas sérias... aquela introdução está fraquinha, mas não passa disso...

No texto sobre a TL, é dito o que 1/3 da Fac pensa dos rapazes... Parece que eles não gostaram. Pensei que se considerassem superiores a isso. Afinal, ainda ligam ao que o "comum dos mortais" pensa... :(

10 abril, 2007 03:38
Anonymous Anónimo said...

pedro malaquias, em nenhum lugar do comunicado da tertúlia se acusa o texto do joão david fernandes de ser homofóbico. se tiveres lido o comunicado que eles apresentaram, certamente te terás apercebido disto. se não tiveres lido, então, estás apenas a falar de cor. e vamos ser honestos intelectualmente: não se atacou apenas o texto do joão david fernandes, atacou-se também o do francisco pena sobre o aborto e nos mesmos termos! a tertúlia não acusou o joão david fernandes, nem o seu texto, de homofobia! apenas, se bem me lembro, de ser vergonhoso. acusou a revista de ser má e, como exemplo disso, juntou dois textos (em minha opinião, os piorzinhos da revista).

ambos os textos eram sátiras. é verdade, qualquer pessoa o entende. mas a questão não é essa. há coisas que, simplesmente, são demais. e boa parte de ambos os textos era absolutamente dispensável, em termos de conteúdos. além disso, a linguagem não é apropriada para uma revista. sejamos sérios, já num berro (o que saiu em janeiro) a tertúlia tinha acusado a revista de ser péssima. já tinha acusado a revista de ter textos desinteressantes. já tinha acusado a revista de ser altamente dispendiosa e de isso não se justificar com a qualidade dos textos, nem tão pouco com a qualidade do grafismo.

quanto ao texto sobre a tertúlia, remeto para o que disse em comentários anteriores. o joão berhan está apenas a tentar servir-se deste texto como justificação.

acho, isso sim, que o joão berhan (por quem tenho respeito e estima pessoais), o joão david fernandes e o francisco pena deviam assumir o que fizeram. o joão david fernandes e o francisco pena escreveram cada um péssimos textos. eram sátiras, mas que não surtiram os objectivos pretendidos. não foram, em boa parte, entendidos como tal. eram textos satíricos, mas que, de tão mal escritos, quase se podia não perceber que eram sátiras. acusaram ambos os textos de serem vergonhosos (e apenas vergonhosos! ninguém os acusou de serem homofóbicos) e sublinharam passagens dos textos para o fundamentar.

os autores dos textos (joão david fernandes e francisco pena) e o director da revista (joão berhan) deviam reflectir muito bem sobre tudo isto! a crítica feita pela tertúlia, a meu ver, foi séria e não foi ofensiva dos autores dos textos.

além disso, se acham que os textos não estavam maus, de que é que se queixam? eles limitaram-se a colar os textos com algumas partes deles sublinhadas. não estão a alterar os textos nem a distorcer a realidade. chamam a atenção das pessoas para eles. só isso. não percebo qual é o problema. eles escreveram os textos e o berhan aprovou-os. há quem ache os textos maus e tenha exercido uma crítica legítima.

um abraço,

António Peres

10 abril, 2007 11:43
Anonymous Anónimo said...

Só queria dizer que és optimo no que fazes!E não são uns anormais que vão dizer o contrário.Erraste, como muitos erram, agora é levantar a cabeça e mostrar o que vales!go jon!

12 abril, 2007 17:45
Blogger Pedro Malaquias said...

Não se acusa directamente, mas os "sublinhados" no texto sobre a adopção por homossexuais são tudo menos inocentes... Não são alterados os textos, mas o que as pessoas vão ler (pelo menos, em primeiro lugar; alguns lá se darão ao trabalho de ler todo o texto) são os sublinhados. Ao ler apenas os sublinhados fica-se com uma ideia errada de todo o texto, pensando que este é claramente homofóbico...

Não falo sobre o texto do aborto, porque o considero péssimo. Quem o escreveu, falhou claramente o seu objectivo.

Percebo que quem não goste, critique os textos. O problema está na forma como foi feito este ataque (podes chamar-lhe crítica, mas as críticas devem ser construtivas e esta foi claramente destrutiva). Além do mais, parece haver aqui um pequeno sentimento de vingança pelo que o JB escreveu sobre a TL...

13 abril, 2007 00:09
Anonymous Anónimo said...

o berhan escreveu sobre a tertúlia. o joão david fernandes escreveu sobre a adopção por homossexuais. o francisco pena escreveu sobre o aborto. a tertúlia criticou o texto do joão david fernandes e o texto do francisco pena, não o do joão berhan.

vingança? não creio. crítica! e continuo a achar que o facto de o joão berhan e outros insinuarem que a crítica da tertúlia se deve ao facto de o joão berhan ter escrito sobre a tertúlia mais não é do que uma desculpa mázinha. já para não falar de que, ainda que fosse verdade, não apaga o facto de o joão david fernandes e o francisco pena terem escrito as idiotices que escreveram.

bottom line, deixem-se de desculpas, assumam o erro que cometeram. só vos fica bem...

António Peres

13 abril, 2007 12:17
Blogger Sofia Paixão said...

Já li o texto e muito honestamente não vejo a minima sombra de razao que devesse levar a direcção da revista a tomar algum tipo de atitude. Eu sou efectivamente a favor da adopção de crianças por casais homossexuais e acho que o João conseguiu fazer um texto que talves até fizesse falta ler, tais são as hipocrisias que rodeiam este assunto. Quem pensa de maneira diferente, obvio que se sentiu ofendido, mas a vida é assim. Não da para agradar a gregos e a troianos. De referir é que o tempo da censura acabou e que somos todos livres de dizer o que nos vai no pensamento. Ou será que a Tertulia é a única autoridade no que diz respeito a "call-it like it is", a chamar as coisas pelos nomes e a denunciar tabus ridiculos. Pela qualidade dos textos que leio no Berro, pergunto-me onde está a diferença. Chamar o texto de homofobico é a prova de que não se sabe ler. É flagrante qual a posição do autor em relação ao assunto, tal é a maneira como o mesmo é abordado. É um texto audaz, que leva ao exagero máximo (sejamos rigorosos, eu já falei com o João e sei que ele só usa a palavra "larilas" quando está mesmo furioso. Gay serve muitissimo bem para as restantes alturas =P) o ridiculo dos argumentos utilizados para defender o lado contrário da questão. Pergunto-me se os vários leitores saberão então o significado da palavra Homofobia. Se isto é ser homofobico, então eu também sou homofobica porque também defendo a adopção por homossexuais. Noutros tempos talvés o máximo que pudessem apontar ao João fosse "parvo" ou "rebelde" ou até mesmo "gay", agora desde que o Salazar ganhou os Grandes Portugueses expoe-se em praça publica (que é como quem diz o corredor da faculdade) o texto sublinhado (a amarelo porque azul era muito denunciador) e exige-se que a Direcção se retracte por um elemento vir dizer que os homossexuais deviam poder adoptar criancinhas. Eu sempre disse que mais valia ter ganho o Cunhal que ao menos defendia o aborto.

18 abril, 2007 14:50
Blogger Sofia Paixão said...

Para rematar, quero só dizer que gostei, que me fartei de rir, e que cada vez mais acho que a Faculdade de Direito de Lisboa vive de cinismos e de hipocrisias, em que cada um tem o seu lugarzinho predestinado desde o inicio dos tempos: a Associação não pensa nos alunos, a Tertulia desmascara as injustiças, a revista tem de falar de direito, os Professores só querem ensinar, os Assistentes só querem ser Professores e os alunos querem é ter orais para poderem ter grandes notas. Dizer que a Associação se esforça, que a Tertulia é uma anedota, que a revista deve ser um espaço de livre expressão, que os Professores só querem é ter gente a dar graxa, que os Assistentes sentem-se bem a descarregar traumas de curso nos alunos e que os alunos querem é acabar esta merda sem perder pelo caminho a sua personalidade é danificar todo o sistema instituido. Somos a melhor Faculdade do mundo, mas dogmas são dogmas e não se pode mexer numa equipa que funciona. Mal e injustamente, mas funciona.

18 abril, 2007 15:06
Anonymous Anónimo said...

sofia, já o disse: não sou tertuliano, conheço alguns tertulianos. mas isso é irrelevante, como o é o facto de escreveres "talves" (ou a sua variante "talvés"). vamos ao que interessa.

"De referir é que o tempo da censura acabou e que somos todos "livres de dizer o que nos vai no pensamento." - estamos de acordo. a censura é, por definição, prévia à publicação e, tanto quanto sei, só a direcção da iuris grafia ou a direcção da aafdl (por, dado o facto de ser proprietária da revista, ser em última análise a responsável pela mesma)poderiam exercer censura. que eu saiba, mas posso estar enganado. ainda bem que não fizeram, porque felizmente a censura morreu. a ainda bem que não o fizeram, porque de outro modo a tertúlia não teria podido expressar a sua discordância com os textos do joão david fernandes e do francisco pena (vamos lá não violar o princípio da igualdade, por favor) e ter dito que os mesmos são vergonhosos. além disso, considerando-se a existência de censura posterior à publicação, esta não foi exercida pela tertúlia, mas pela aafdl, que cessou a distribuição da iuris.

"Ou será que a Tertulia é a única autoridade no que diz respeito a "call-it like it is", a chamar as coisas pelos nomes e a denunciar tabus ridiculos". pelos vistos não, se se admitir que o que os autores dos textos queriam era denunciar tabus ridículos! mas também não lhes chamaria autoridades...

"Pela qualidade dos textos que leio no Berro, pergunto-me onde está a diferença". isso é amplamente subjectivo, assim como a música da barítuna.

"Chamar o texto de homofobico é a prova de que não se sabe ler." também não sabe ler aquele que vê "o texto é homofóbico" onde isso não está escrito.

"É flagrante qual a posição do autor em relação ao assunto, tal é a maneira como o mesmo é abordado. É um texto audaz, que leva ao exagero máximo (sejamos rigorosos, eu já falei com o João e sei que ele só usa a palavra "larilas" quando está mesmo furioso. Gay serve muitissimo bem para as restantes alturas =P) o ridiculo dos argumentos utilizados para defender o lado contrário da questão." a tertúlia limitou-se, parece-me, a emitir uma opinião sobre o texto: "o texto é uma idiotice pegada". era uma sátira: a tertúlia reconheceu-o. mas achou que o texto era vergonhoso, não tanto pelo conteúdo mas mais pela forma como estava escrito (afinal, aquela publicação é o espelho dos alunos da fdl).

"Pergunto-me se os vários leitores saberão então o significado da palavra Homofobia." continuas a ver acusações de homofobia onde as não houve. homofobia é uma expressão que evoluiu. antigamente homofobia provinha de homo (latim para "homem"), e de phobos (grego para "medo"). actualmente, provém de homo (grego para "o mesmo") e de phobos. acho que percebo o que significa...

"Se isto é ser homofobico, então eu também sou homofobica porque também defendo a adopção por homossexuais." portanto, isso quer dizer que preferias ser "larilas"?

"Noutros tempos talvés o máximo que pudessem apontar ao João fosse "parvo" ou "rebelde" ou até mesmo "gay", agora desde que o Salazar ganhou os Grandes Portugueses expoe-se em praça publica (que é como quem diz o corredor da faculdade) o texto sublinhado (a amarelo porque azul era muito denunciador) e exige-se que a Direcção se retracte por um elemento vir dizer que os homossexuais deviam poder adoptar criancinhas." o expor-se o texto não é mal algum! afinal, o texto foi publicado e assinado pelo seu autor ou não? não é esse o propósito de se escrever numa revista? ver o texto publicado? houve partes sublinhadas a amarelo (acho que é só para chamar a atenção, mas se calhar eles já não tinham o lápis azul), que consistiam no fundamento para a tertúlia achar aqueles textos vergonhosos. acho que eles acharam que tudo aquilo pecou pelo excesso. sejamos sérios, a tertúlia já num berro tinha dito que a iuris era péssima. desta vez fizeram-no naquele placard preto deles. nem sequer alteraram os textos! portanto, cada pessoa é livre de formar o seu juízo sobre os mesmos.

"Eu sempre disse que mais valia ter ganho o Cunhal que ao menos defendia o aborto." isso explica muita coisa.

abraços para o berhan (continua o teu bom trabalho no pontos negros; para quando um post novo? e um beijo para a sofia,

António Peres

18 abril, 2007 20:33
Anonymous Anónimo said...

sofia, quanto ao teu segundo comentário: generalizações e demagogia...

António Peres

18 abril, 2007 20:58
Blogger Francisquinho said...

Como autor de um dos textos visados, “Abortos não pá, queremos é gajas boas, mas mesmo boas!”, já classificado doutamente pelo António Peres como idiota e péssimo, só posso concordar! Acontece que o texto publicado não corresponde ao original, esse sim de gosto “refinado” e coerente. Se querem a minha opinião sincera fiquei f… e mal pago ao ver publicado um verdadeiro aborto, aquele não era o meu bebé! Não consigo entender, e daí a minha angústia, descontentamento e não vou mentir alguma tristeza pela forma como no meu caso pessoal fui tratado é que nem um mail me mandaram. Não entendo porque razões o modificaram e ainda assim plasmaram o meu nome no dito texto!
Estou habituado a receber algumas expressões de descontentamento, pois tenho um blog e por vezes lá melindro alguém, mas assumo a responsabilidade pois se me dá gozo a escrever se me divirto a ridicularizar, também tenho de ser responsável pelas consequências.
Hoje um colega disse-me que o pessoal da iuris se tinha demitido, não posso concordar com essa altitude, fugir não é solução, o problema assim não desaparece, fica-se com um amarguinho de boca. Não correu bem desta vez, correrá para a próxima. Não fosse o caso da alteração do texto e o “afastamento” dos meus outros textos:
Santana afirma “Lisboa precisa de alguém competente e eu sou a pessoa certa para a descobrir, nem que tenha de procurar a noite toda!”,
José Sócrates presenteia a oposição com um cabaz de natal.
Pedófilos e violadores indignados!
Até teria ficado de barriguinha cheia, a revista estava bem catita, o grafismo estava apelativo e o conteúdo era realista e honesto, bem mais do que a palhaçada acefaloide dos autores anónimos provavelmente financiados pelo loby gay ou pela ala moralista caduca da FDL.

Sempre disponível e já quase sem mágua…

Francisco Pena

Já agora António Pires se quiseres saber como era texto sem “alterações” vai ao meu blog
http://ocoisinhoparatodos.blogspot.com

20 abril, 2007 01:11
Blogger Sofia Paixão said...

Caro Antoónio,

Estou deveras sensibilizada por te teres dado ao trabalho de, além de corrigir o meu português (este comentário já escrevo sentada e sem pressa, espero não voltar a desiludir o tão atento leitor com mais nenhuma variância linguística da minha autoria), teres também feito um belíssimo copy-paste de citações minhas para melhor ilustrar o teu comentário. Sinto-me uma pensadora. Obrigada.

Quero dizer que adoro formalistas que remetem o conteúdo dos textos para segundo plano e se concentram nos "z" que faltam. Há que ser rigorosa, ora pois não. E é exactamente o mesmo tipo de exercício interpretativo que eu vou fazer a propósito da tua referência à Barítuna (se bem que substantivos próprios levam sempre letra maiúscula...), que tal como todas as formas de expressão artística é sempre apreciada subjectivamente, tal como o texto do João, tal como os nossos conhecimentos nas orais da faculdade (lá se está ela a desviar...), enfim como tudo na vida. Vou portanto, fazer uma interpretação literal e não me perguntar sobre a razão da Barítuna, da qual efectivamente pertenço, ser chamada ao assunto, nem pensar sequer que tal razão seja algum tipo de ataque menos sério a um núcleo que nada tem a ver com a vida e obra (com respectivas variâncias linguísticas) de Sofia Paixão. Continuando.

Não percebo a razão de estar a ter tanto destaque, visto que os meus anteriores comentários não foram dirigidos a ti. De notar que nem sequer insinuo que fazes ou não parte da Tertúlia. É algo aliás, completamente irrelevante no que toca ao que escrevi. Os meus comentários foram abstratos, destinados unicamente a dar a minha opinião sobre se a Direcção da Iuris deveria ou não tomar algum tipo de atitude e expressar o meu agrado pelo texto escrito pelo João Fernandes. É subjectivo, mas eu gostei. É como a Barítuna, não se percebe realmente esta minha cabeça. A minha critica à TL como "autoridade no que diz respeito a call-it like it is" foi tecida no âmbito de demonstrar que não são de todo uma autoridade. Nos textos de opinião (que foi o caso do texto do João) cada um dá o seu bitate (passo a expressão). Logo no que toca a graus de autoridade, a única diferença é que o João é só um e a TL são alguns... mas o João até é alto safa-se bem (já eu tenho algumas dúvidas).

Quanto ao facto de eu estar a ler homofobia onde esta não está escrita, julgo que é claro que, se não está escrita aqui é porque não vem em resposta a nada do que aqui foi dito. Como já disse, o meu comentário é generalista, vem afirmar uma posição em relação a tudo o que tenho ouvido nos últimos dias. Por isso não te preoucupes caro António, não ando a ver fantasmas (já tu ao dizeres que eu prefiro ser larilas pelo que eu escrevi...ou que preferir o Cunhal ao Salazar explica muita coisa...).

A última coisa que quero focar, porque o resto é retórica (agradeço contudo a lição de latim via blog, gostei), é o facto de o texto do João Fernandes não espelhar de todo os alunos da FDL por um motivo muito simples. Porque acima, ou abaixo ja não me recordo, do nome do João, está uma palavrinha muito importante que muda todo o caso de figura: opinião. É portanto a opinião de João Fernandes, por acaso aluno da FDL tem piada. Não é a posição da Academia, nem sequer de um grupinho da mesma. É a do João. Por acaso também é a minha, mas isso é porque fomos os dois feitos um para o outro, uma coindência inegável do destino. Não é a tua, e ainda bem que não, porque não tem de ser.
Logo todo este alarido e esta atitude desesperada da AAFDL de se tentar salvaguardar para o futuro não tem o mais pequeno cabimento na minha humilde, generalista e demagoga opinião. Porque senão, chocante por chocante, também teriam de me obrigar a voltar ao ensino primário para aprender a escrever talvez com "Z"...os alunos da FDL têm de saber escrever! Haja critérios para entrar na Faculdade!

Termino aqui com dois beijos para ti, queido António.

Já agora, a sala da Tertúlia é mesmo pertinho da sala da Barítuna, estás convidado a dar lá um saltinho para satisfazer a tua objectividade ;)

20 abril, 2007 18:34
Blogger Sofia Paixão said...

Só agora vejo que que António logo no início esta Antoónio. Foi um lapso do teclado, desculpa :)

20 abril, 2007 18:35
Blogger Sofia Paixão said...

"Querido" no fim falta o "u"... admito, sou uma desgraça.

20 abril, 2007 18:44

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