sábado, dezembro 02, 2006

Hã?

"Enquanto nascerem pessoas, há espaço para novos deuses"

Esta frase é do caraças para começar um texto. Não esta exactamente anterior. Quer dizer, também é, mas estava a referir-me ao aforismo filosófico. Assim uma coisa mais para o profunda, analítica da natureza humana. Tinha-a pespegada num pedaço de papel, se bem que pespegada talvez não seja a palavra certa. Uma coisa pespegada salta à vista. Esta estava assim como que mais para um canto da secretária ao lado do número de telefone da bilheteira do teatro Camões. São pedaços de papel muito intelectuais, estes que povoam a minha secretária. Se calhar até existe uma ligação entre eles, pelo menos entre estes dois. Vale a pena reservar um momento pré-sono para pensar nisso, se bem que quando chega a altura de pensar nessas coisas adormeço.

De qualquer das maneiras, e embora não faça a mínima ideia em que livro de sabedoria milenar ou site brasileiro vi a frase, a verdade é que a pespeguei stricto senso neste pedaço de papel. Do género "Para desenvolver". Mas entretanto esqueci-me do que com ela queria dizer e no pedaço de papel ficou durante meses.

Mas, criando uma metáfora bem bonita, este tipo de frases profundas são como os arbustos que, cortando de um lado, encontram espaço para crescer do outro, o que é como quem diz, dá sempre para desenvolver uma frase destas, senão no sentido originalmente pensado, então noutro a descobrir. Adoro metáforas bonitinhas e que metam árvores. Tudo o que mete natureza é bem bonito.

Agora estive indeciso entre escrever natureza com letra maiúscula ou minúscula e acabei por escrever com minúscula. Será que isto diz muito de mim, tal como as pessoas com quem ando e a comida que como? Não sei, mas sou gajo para reservar mais um momento dos que antecedem o sono com esta questão.

E agora um momento J.. Olhaste-me e as paredes giraram na eternidade das tuas amígdalas a cantarem em coro as tuas veias de silêncio, mãe és tu, e o sol nocturno das nossas adolescências vomitou uma tempestade de cardumes e de cáfilas de seres pequeninos que, ainda me lembro do Verão da aldeia mamã, deste-me a mão choques metálicos no bombear dos glaucomas que me dirigias por entre as árvores da tua esquizofrenia. Lembras-te? BF

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu lembro-me do arco-iris, sobre um enorme campo verde. E do lago também, e das estrelas, e dos caminhos de terra... Tenho saudades de lá, e saudades tuas. Todos os dias são poucos para te ver... ;P
A escrita pode ser o que nós quisermos, não é? =)

13 dezembro, 2006 20:35
Anonymous Anónimo said...

vou estampar o último parágrafo numa t-shirt.

03 fevereiro, 2007 18:27
Blogger Navalha said...

grande sacana.

03 março, 2007 15:20

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