sexta-feira, outubro 20, 2006

Não há festa como esta!

Seguindo as pisadas do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa e do Prof. Luís Filipe Vieira, também eu estive este ano na Festa do Avante!, onde me rendi às evidências do comunismo quando deambulava pelos cartazes da barraquinha pró-Fidel Castro que orgulhosamente me garantiam que, dos não sei quantos milhões de crianças que naquele dia dormiam na rua, nenhuma delas era cubana. Fiquei descansadinho. Mas também a barraquinha das FARC me deixou reconfortado cá dentro - com certeza as crianças recrutadas para as suas fileiras teriam um lugar quentinho entre as kalashnikov onde dormir. Lembro-me de, naquele momento, abrir o Financial Times, folhear o Die Welt e ler as gordas do Le Monde Diplomatique, trincar o meu delicioso hot dog capitalista e sorrir estupidamente.
Acordei no dia seguinte ressacado, cambaleando estranhamente para o meu lado direito e convicto de que isto nunca mais andaria para a frente enquanto não invadíssemos mais um país árabe e/ou privatizássemos todas as EPE's, o Tribunal Constitucional (Conselheira Fernanda Palma incluída) e o ar que respiramos. De resto, a experiência ensinou-me ainda como evitar uma camarada estalada - nunca confundir "A Carvalhesa" com "A Marselhesa".
De qualquer forma, não era disto que eu vinha aqui falar. Recebi por carta um convite do PCP por ocasião dos 70 anos da abertura do Campo do Tarrafal. Não me lembro de ter inscrito o meu nome nalgum formulário do partido (ou da revista do partido) enquanto saltava nos Xutos & Pontapés, cantava no Sérgio Godinho ou fumava umas brocas no Boss AC. No entanto, eles sabem o meu nome, eles sabem onde moro.
Eu sabia que não devia ter aceite aquele pin do Álvaro Cunhal! Vou ali procurar por chips e já cá venho. JB